NOTÍCIAS
CNJ 18 anos: Informatização e padronização revolucionaram o Judiciário
20 DE JUNHO DE 2023
Muito precisou acontecer antes dos cliques que, hoje, permitem acessar, enviar ou anexar arquivos e informações dos milhões de processos que tramitam nos tribunais brasileiros. Essas facilidades estão disponíveis tanto a cidadãos como a advogados, uma vez que o Poder Judiciário adotou tabelas processuais unificadas e, na sequência da evolução, tramitou processos on-line, informatizando o Poder Judiciário e tornando-o mais acessível.
Com a publicação da Lei n. 11.419/2006 como marco, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) participou ativamente do processo de informatização do processo judicial. A partir daí, vieram as Resoluções n. 46/2007 e n. 65/2008 do CNJ – a primeira trata da criação das Tabelas Processuais Unificadas (TPU); e a segunda promove a uniformização do número dos processos nos órgãos do Poder Judiciário. O que antes eram regras diversas, próprias de cada tribunal espalhado pelas 27 unidades da federação, passaram a seguir diretrizes únicas, coordenadas pelo CNJ, que se consolidaram ao longo dos 18 anos de existência do órgão.
Somente após a padronização de métodos no Poder Judiciário, permitida pelas tabelas e pela numeração única, é que veio, como consequência, a tramitação virtual. Desde então, expressões como tráfego de arquivos digitais, assinaturas eletrônicas, protocolo eletrônico, petição eletrônica e diário eletrônico ganharam o dia a dia das varas e se tornaram corriqueiras nos escritórios de advocacia e nos ambientes jurídicos de todo o país. A tramitação virtual gerou, ainda, uma economia significativa de papel, trabalho, tempo, combustível e um ganho maior de racionalidade e agilidade.
Dinâmica
Quinzenalmente, um comitê reúne magistrados e servidores do CNJ para discutir a revisão de métodos, o aperfeiçoamento e a inclusão de ferramentas a fim de melhorar a tramitação de processos judiciais on-line. Com isso, o CNJ cumpre continuamente a sua função institucional de estabelecer regras administrativas e de acompanhar a sua adoção pelo Poder Judiciário do Brasil, nos 94 tribunais e conselhos de todo o país.
“Sem a padronização, nunca conseguiríamos saber quantos processos nós temos no Judiciário brasileiro, quantos foram julgados ou de que assuntos eles tratam, por exemplo”, comenta a juíza auxiliar da Presidência do CNJ Ana Aguiar.
À época, as bases foram definidas e garantiram a catalogação dos processos. A partir daí, os procedimentos possíveis no sistema ganharam a classificação de classes; as ações e os eventos possíveis com os processos passaram a aparecer nas tabelas como movimentos; os assuntos passaram a ser todos os temas que podem ser o objeto das causas; e, por fim, a distinção de documentos passaram a designar as peças ou os arquivos que têm a inserção prevista nos processos eletrônicos, como anexos.
“O CNJ foi decisivo na adoção da tramitação de processos on-line, cumpriu a sua tarefa de gestão, de prover e de antecipar o futuro”, avalia o juiz auxiliar da Presidência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) Marivaldo Dantas. A qualificação profissional extra, formação em Ciências da Computação, credenciou esse magistrado para, entre os anos de 2009 e 2014, integrar, como juiz auxiliar, a equipe do Conselho que trabalhou para que a tramitação eletrônica de processos judiciais se tornasse realidade. Hoje, Marivaldo participa do Comitê das TPUs e continua auxiliando no tema.
“Não foi fácil abranger, num único sistema, todas as características de todas as Justiças”, comenta Dantas. “Hoje, o advogado trabalha de onde estiver, não precisa enfrentar filas, não precisa aguardar meses, não precisa se deslocar para o fórum a toda hora.” Há, contudo, um risco, “[…] o da má utilização por meio de ações predatórias, como o assédio judicial”, alertou o juiz auxiliar do TJRN.
Dantas e Ana Aguiar recorrem à pandemia para mostrar o quanto o sistema de tramitação eletrônica é capaz de se ajustar. “É uma ferramenta que demanda constante avaliação, e a forma como a Justiça funcionou na época da covid é um bom exemplo de adaptação”, comenta a magistrada. Entre os meses de abril e outubro do ano de 2020, Dantas acompanhou a adoção do processo judicial eletrônico em todas as varas criminais do Rio Grande do Norte. “Institucionalmente, foi a resposta que eu precisava, o processo eletrônico se tornou indispensável”, avalia.
Texto: Luis Cláudio Cicci
Edição: Jônathas Seixas
Agência CNJ de Notícias
The post CNJ 18 anos: Informatização e padronização revolucionaram o Judiciário appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
Responsabilidade social do Judiciário começa com meio ambiente, destaca conselheiro do CNJ
26 de junho de 2023
“Precisamos de um planeta habitável para esta geração e para as gerações futuras”, declarou o conselheiro...
Portal CNJ
Direitos Humanos, proteção de dados e segurança cibernética integram nova edição da e-Revista CNJ
26 de junho de 2023
O sétimo volume da Revista Eletrônica do Conselho Nacional de Justiça (e-Revista CNJ) já está disponível no...
Portal CNJ
Prêmio Juízo Verde 2023 reconhece tribunais com melhor desempenho na área ambiental
26 de junho de 2023
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) concedeu, nesta sexta-feira (23/6), o Prêmio Juízo Verde 2023 aos tribunais...
Portal CNJ
Evento inédito no país consolidou novo olhar para a monitoração eletrônica
26 de junho de 2023
A Conferência Internacional sobre Monitoração Eletrônica, evento inédito organizado pelo Conselho Nacional de...
Anoreg RS
Artigo – ‘A lei não acompanha as mudanças no conceito de família’, diz Maria Berenice Dias – Por Rafa Santos
26 de junho de 2023
A natureza jurídica do conceito de família passou por uma importante transformação no Brasil.